sábado, 26 de novembro de 2011

Brasileiras que sofrem violência no exterior ganham serviço de denúncia

No Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, as brasileiras que vivem no exterior ganharam um canal para buscar ajuda. A Central de Atendimento à Mulher, que já funciona em todo o Brasil pelo telefone 180, agora recebe denúncias de brasileiras vítimas de violência em Portugal, na Espanha e na Itália. Esses três estão entre os países mais procurados por brasileiros que vão para o exterior, de acordo com dados divulgados este mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para a Secretária de Relações de Gênero da CNTE, Isis Tavares, a ampliação do serviço vai amparar principalmente as vítimas de exploração sexual. "Se o 180 já é muito importante aqui no país, imagine para uma mulher que está no exterior, que muitas vezes não foi por livre e espontânea vontade. Hoje nós temos uma realidade muito ingrata, que é o tráfico de seres humanos. Muitas vezes são mulheres que vão com promessas de trabalho e ficam numa situação muito ruim, não têm a quem recorrer. Então é uma iniciativa muito boa para tratar a situação dessas mulheres em vulnerabilidade", diz a representante da CNTE.

Para divulgar o serviço, a Secretaria de Políticas para as Mulheres vai distribuir folhetos informativos em aeroportos, consulados e embaixadas, postos da Polícia Federal e entidades da sociedade civil que trabalham no combate à violência. A ação tem o apoio dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.

A Central de Atendimento à Mulher no exterior vai funcionar 24 horas por dia, de segunda a domingo, inclusive feriados. A ligação é gratuita, e para cada país há um número diferente. Na Espanha, as brasileiras vítimas de violência devem ligar para o 900 990 055. Em Portugal, o número é 800 800 550. Na Itália, a ligação deve ser feita para o 800 172 211. Nos três países, após ligar a mulher deve discar a opção 3 e, em seguida, informar à atendente o número 61-3799.0180. O atendimento é feito em português.

Combate

A Secretária de Relações de Gênero da CNTE, Isis Tavares, acredita que o funcionamento do serviço no exterior também vai ajudar as autoridades policiais no combate a esse tipo de crime. "Muitas vezes não se identifica a ida dessas mulheres como tráfico, como uma coisa ilícita. Elas acreditam em um primeiro momento que aquela pessoa vai ajuda-las de alguma forma a ter uma renda melhor, a ajudar a própria família aqui no Brasil. Mas elas estão sendo enganadas, ludibriadas. O serviço pode ajudar e muito a identificação das pessoas que trabalham com isso e as próprias rotas do tráfico também".

Durante o lançamento do serviço, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou que a Polícia Federal vai investigar todos os casos relatados no exterior, mas salientou que o primeiro passo é retirar as mulheres da situação de risco em que se encontram. Essas operações serão feitas, em um primeiro momento, pelos consulados do Porto e de Lisboa, em Portugal, de Madri e Barcelona, na Espanha, e de Milão e Roma, na Itália.

Realidade brasileira

De janeiro a outubro deste ano, a Central de Atendimento à Mulher recebeu 530.542 ligações de mulheres que relataram situações de violência pelo número 180. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (25) pela Secretaria de Políticas para as Mulheres. De abril de 2006 a outubro de 2011, a central registrou mais de dois milhões de atendimentos no país.

No ranking nacional de denúncias, o estado de São Paulo ocupa o primeiro lugar em números absolutos, com 77.189 ligações. Isso representa um terço das chamadas feitas desde janeiro deste ano. Em seguida vem a Bahia, com 53.850 denúncias, e o Rio de Janeiro, com 44.345.

Ainda de acordo com o balanço da Secretaria de Políticas para as Mulheres, a maior parte das vítimas de violência que ligaram para o 180 têm entre 20 e 40 anos, ensino fundamental completo ou incompleto e convive com o agressor há pelo menos dez anos.

Fonte: Sítio da CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

http://cnte.org.br/index.php/component/content/article/166-noticias/9376-brasileiras-que-sofrem-violencia-no-exterior-ganham-servico-de-denuncia

16 dias de ativismo: fim da violência contra a Mulher!


21ª Campanha Internacional:
16 dias de ativismo pelo fim da violência de gênero

Escolhida para ter início e fim em dois dias emblemáticos, começando pelo Dia Internacional pelo combate à violência contra as mulheres (25 de novembro) e terminando no Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro), a 21ª Campanha Internacional: 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres apresenta como tema, neste ano, a questão do militarismo e seus impactos na vida das mulheres, e busca o fim da violência.

O lema da campanha deste ano é "Da paz no lar, até a paz no mundo: Desafiemos o militarismo e acabemos com a violência contra as mulheres". Três dimensões da violência estatal contra as mulheres serão abordadas mundialmente: a violência sexual que frequentemente ocorre durante e depois dos conflitos; a violência sexual e a violência com base no gênero cometida por agentes do Estado, mais especificamente pela polícia e pelas forças armadas; e a violência política contra as mulheres, que pode ocorrer antes, durante e após as eleições.


No Brasil, o foco central da campanha este ano é a busca pela celeridade nos inquéritos policiais e processos, além da sensibilização da população sobre a importância das denúncias dos casos de violência contra mulheres.
Segundo informações do Ministério da Justiça, o Brasil ocupa o 12º lugar no ranking que contabiliza os maiores números de mulheres assassinadas. De 1998 a 2008, foram registradas 42 mil mulheres assassinadas.
Pesquisando para essa postagem, descobri alguns vídeos da campanha em Juina/MT, onde à frente da prefeitura está o PT e tem, em sua composição, a vice-prefeita, a chefe de gabinete e três secretárias municipais. Toda a cidade está mobilizada na campanha dos 16 dias de ativismo e as mulheres da prefeitura, além do prefeito, para dar início a essa mobilização, gravaram vídeos para sensibilização de toda comunidade local pelo fim da violência contra as mulheres.
Neliane Cunha

Fontes:
Site Observatório Brasil da Igualdade de Gênero:  
Site da CUT/DF:
Prefeitura de Juina/MT:










sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mulheres do PT na 3ª Conferência Distrital de Políticas para as Mulheres

Marcos Wilson



3ª Conferência aborda temas voltados para o exercício cidadão e democrático das mulheres
Entre os dias 21 e 23 de outubro, as mulheres do DF tiveram espaço exclusivo para discutirem a análise da realidade nacional social, econômica, política, cultural e os desafios para a construção da igualdade de gênero tendo como perspectiva o fortalecimento de suas autonomias para a erradicação da extrema pobreza e para o seu exercício pleno de cidadania.
A 3ª Conferência Distrital de Políticas para as Mulheres reuniu, além de representantes do governo local, participantes das etapas regionais. As Conferências Regionais, que integram a fase Distrital, realizada no último fim de semana, é um processo de escuta do Governo do Distrito Federal, com o objetivo de construir políticas públicas para as mulheres do DF. Os encontros são convocados pela Secretaria de Estado da Mulher do GDF e o Conselho dos Direitos da Mulher.
A secretária Arlete Sampaio lembrou que essa foi a primeira etapa que contou com a participação de uma Secretaria de Estado da Mulher. “O governador Agnelo prometeu e cumpriu: está dando voz exclusiva às mulheres. Que as nossas políticas, ações e programas tenham sempre a luta pela igualdade de gênero”, declarou.

A deputada distrital Rejane Pitanga foi enfática ao ressaltar a importância da equidade de gênero na busca pelo fortalecimento do papel das mulheres na sociedade. “Discutir e construir políticas públicas para as mulheres são tarefas importantes diante de uma cidade que foi destruída ao longo de 12 anos. Que as mulheres tenham cada vez mais coragem de enfrentar e denunciar a violência que nos assola. Vamos lutar pelos direitos e pela vida das mulheres!”, afirmou Rejane.

Ainda na abertura da conferência, aconteceram homenagens em momentos diferentes. No primeiro bloco foram homenageadas a jornalista Mara Régia di Perna e a ex-deputada federal pelo DF Maria Laura Pinheiro.

CLIQUE PARA ASSISTIR O VÍDEO

Em um segundo momento, a homenagem foi para duas mulheres que tiveram suas vidas dedicadas a causas relevantes na busca de uma sociedade de igualdade, deixando um importante legado às mulheres do Distrito Federal: Adnair França dos Santos e Neide Castanha. Por elas, receberam a homenagem o senhor Jaime Sautschuk, marido de Adinair França dos Santos e a senhora Neuza Castanha, irmã de Neide Castanha.
Em seu discurso, a deputada Erika Kokay falou da participação das mulheres na política e da importância dos direitos femininos. “Essa conferência é um espaço de constituição dos nossos desejos e direitos. Precisamos unir forças para que tenhamos uma sociedade realmente democrática, onde não possamos conviver com uma participação mínima de mulheres no parlamento: apenas 8,7%. Estamos abaixo do Afeganistão, de países árabes e da América. E nós estamos aqui para dizer que queremos construir uma sociedade onde as marcas da violência não fiquem cravadas em nossa pele. O DF precisa ser mergulhado na cidadania e na democracia. Queremos ser donas das nossas vidas!”.

No último bloco a homenagem foi para todas as mulheres vítimas da violência doméstica, simbolizadas por dois casos recentes fatais, Suênia de Sousa Faria e Vanessa Souza Ribeiro dos Santos, recebida por Silene de Souza Faria e Aury Ferreira de Souza, respectivamente.
A mesa de abertura foi composta pela anfitriã, a secretária de Estado da Mulher, presidenta do Conselho dos Direitos da Mulher do Distrito Federal, Olgamir Amancia; a coordenadora de programas da ONU voltados para mulheres, Júnia Puglia; a representante da Secretaria de Políticas para as mulheres da Presidência da República, Lúcia Camine; a representante da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FEDIM) e a União Brasileira de Mulheres, Liege Rocha; o reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo Júnior; a deputada Federal Erika Kokay (PT-DF); a representante do Ministério Público do DF, Danielle Martins; a representante da Delegacia de Mulheres do DF (DEAM) Mônica Loureiro; a deputada Distrital Rejane Pitanga (PT-DF); a secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Rendo do GDF, Arlete Sampaio; a secretária de Promoção da Igualdade Racial do DF, Josefina dos Santos, e a secretária-adjunta de Comunicação do GDF, Ana Helena Paixão.
Durante os três dias, as participantes votaram o regimento da Conferência e desenvolveram atividades em 10 grupos de trabalho que trataram de temas como saúde das mulheres, direitos sexuais, enfrentamento do preconceito e de todas as formas de violência, mais participação de mulheres na política, cultura igualitária e democrática, entre outros. O evento foi encerrado no domingo (23) com a apresentação do resultado das discussões. As contribuições serão usadas como base para a elaboração do 1º Plano Distrital de Políticas para as Mulheres da Secretaria da Mulher.
Raquel Coelho
Imagens e vídeo da web